Era setembro de 2015. Para muitos, mais um ano, mais um FIFA. Mas para quem acompanhava a franquia com olhos atentos — e com o coração acelerado a cada novo anúncio — FIFA 16 não seria só mais uma versão com elencos atualizados. Ele prometia mudar o jeito como o futebol era jogado nos videogames. E cumpriu. Na primeira vez em que a tela de abertura apareceu, com Lionel Messi em destaque, uma sensação de familiaridade se misturava a um instinto curioso: o que, afinal, havia de tão novo? Mas o que poucos sabiam era que a grande mudança de FIFA 16 estava na forma como ele fazia você pensar antes de jogar. E não apenas correr, driblar e chutar. Era uma revolução silenciosa — mas profunda.
O FIFA da coragem
O primeiro sinal de ousadia veio com o que parecia impensável até então: a inclusão de seleções femininas no jogo. Pela primeira vez em sua história, a série FIFA colocava as mulheres em campo de forma oficial, licenciada e respeitosa. Estados Unidos, Alemanha, Brasil, França e outras seleções estavam lá — com uniformes, jogadoras, estilos de jogo e animações próprias. A EA Sports não só preencheu uma lacuna histórica, como abriu espaço para uma nova geração de fãs. Meninas puderam, pela primeira vez, se ver representadas em um dos maiores jogos de futebol do mundo. E isso foi muito além do marketing. Era um sinal claro de que FIFA 16 queria ser mais que apenas um jogo — queria ser um reflexo do futebol real.
Um jogo que não perdoava erros
Se FIFA 15 havia sido frenético, com gols em abundância e zagueiros que pareciam pinos de boliche, FIFA 16 surgiu como o antídoto. A EA entendeu que, para o jogo ser belo, como dizia seu slogan “Play Beautiful”, ele precisava ser justo. A inteligência artificial foi aprimorada, a marcação foi reforçada e o passe automático perdeu espaço para a precisão manual. Agora, cada toque na bola precisava ser pensado. Cada avanço exigia leitura de jogo. O famoso “segura o R2 e vai” já não funcionava. FIFA 16 era, acima de tudo, um jogo tático. E isso dividiu opiniões. Os jogadores casuais, acostumados com partidas cheias de gols, se viam frustrados com empates suados. Mas quem gostava de futebol real, aquele dos 1 a 0 suados e do toque de bola paciente, encontrava em FIFA 16 uma nova casa. Era preciso mentalidade, controle e frieza. Um simulador mais próximo da realidade.
O drible sem toque: magia em movimento
Outra inovação que marcou época foi o No Touch Dribbling, inspirado diretamente no estilo de Lionel Messi. Pela primeira vez, era possível fintar com o corpo sem tocar na bola — algo comum no futebol real, mas até então ausente nos games. Essa nova técnica elevou o nível do um contra um. Não bastava mais correr para a linha de fundo. Era preciso enganar o zagueiro com gestos sutis, deixar o marcador no vácuo. A sensação era de controle absoluto, como se o jogador estivesse bailando sobre o gramado, à espera do momento certo para agir.
Interceptações, posicionamento e realismo
A IA defensiva passou a reagir com muito mais inteligência. Jogadores antecipavam passes, cobriam espaços e pressionavam com mais consciência. Isso era resultado do novo sistema de Interception Intelligence, que analisava em tempo real as movimentações do adversário para posicionar a defesa de forma eficiente. Essa mudança trouxe um novo ritmo de jogo. A pressa passou a ser punida. O passe de primeira e a jogada forçada geralmente resultavam em perda de posse. O jogador precisava pensar, respirar, construir. FIFA 16 recompensava a paciência e punia o caos.
O renascimento do Modo Carreira
Para os amantes do modo offline, FIFA 16 foi um prato cheio. O Modo Carreira ganhou profundidade, especialmente com o novo sistema de treinamentos semanais. Agora, era possível treinar jogadores específicos entre as rodadas, desenvolvendo suas estatísticas de forma direcionada. Você podia pegar um garoto da base e torná-lo uma estrela mundial com sessões regulares de finalização, passe ou posicionamento defensivo. Isso criava uma relação emocional com seus jogadores, algo que os modos anteriores não conseguiam oferecer. Além disso, o sistema de transferências ficou mais dinâmico, as negociações mais realistas e as cutscenes com a diretoria, imprensa e torcida adicionaram imersão.
Ultimate Team e o Draft
O popular Ultimate Team voltou ainda mais completo, com a adição do FUT Draft, uma modalidade que permitia montar times aleatórios com grandes estrelas e disputar torneios curtos. Era uma forma de experimentar jogadores raros sem ter que comprá-los diretamente. Isso trouxe uma nova dinâmica para o jogo, além de dar um toque de imprevisibilidade e desafio. Para muitos, o Draft foi a porta de entrada ideal para o FUT, sem precisar mergulhar nas complexidades do mercado de transferências.
A estética da paixão
Em termos visuais, FIFA 16 manteve o alto padrão da série. Gramados detalhados, torcidas animadas, cutscenes durante as partidas — tudo contribuía para a imersão total no universo do futebol. Os menus também foram redesenhados, com navegação mais fluida e intuitiva. A trilha sonora — sempre marcante nos jogos da EA — trouxe uma mistura eclética que ia de indie pop a eletrônica experimental, criando uma identidade única para o jogo. No Brasil, a narração de Tiago Leifert e Caio Ribeiro dividia opiniões, com comentários repetitivos e pouco emocionais, mas ainda assim familiares para quem jogava ano após ano.
O legado de FIFA 16
Anos depois de seu lançamento, FIFA 16 continua sendo um dos títulos mais lembrados com carinho — e respeito. Não pelo espetáculo dos gols ou pela quantidade de dribles impossíveis, mas porque ousou desacelerar e refletir. Porque teve a coragem de incluir, de inovar e de ensinar que futebol bonito não é só gol — é estratégia, é paciência, é visão. Ele não tentou agradar a todos. E talvez por isso tenha conquistado tantos. Foi um divisor de águas silencioso, mas poderoso. Um jogo que resgatou o peso da camisa, o valor da posse de bola e o brilho do detalhe. No fim, FIFA 16 nos ensinou que, no futebol e na vida, às vezes o mais bonito não é correr, mas saber a hora de parar, olhar… e tocar.
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